Fui
embora. De mala e cuia.
Mala
grande e cuia pequena (para um matear solitário).
E lembro-me
do livro mais depressivo da história: Receitas de micro-ondas para um.
Mala grande, mas minha vida toda cabe no porta-malas do carro.
É uma
possível solução para minha angústia de deixar pedaços de mim espalhados por aí
(o pai disse que me acostumo).
Mas,
ah!, se a embreagem argola.
Daí
da vontade de não guardar tanta lembrança. Nem as ruins, nem as boas.
Só é
livre quem nada possui.
E homem
é no fundo um ser caramujo.
O
peso nas costas é duro, mas é a pressão que impõe que marca nossas pegadas no
chão e explicita o caminho percorrido. Dando sentido (em todas suas acepções).
Talvez
nem todo mundo tenha nascido para ser livre.
Talvez
liberdade seja um sentido tão grande em si que não permite nenhum outro.
[21/02/2014]