quinta-feira, 12 de março de 2015


O universo tem um complô contra mim. Não posso usar saias.
É a história dos dias quentes e suadouros que terminam em ventania. Eu tentando carregar as sacolas da padaria, a carteira, o café (balouçante no copo de isopor) e ainda segurar a saia. De que jeito? Só se for me escorando nos muros e nas casas da rua.
Ou dias em que falta luz, e o portão eletrônico emperra, e não se pode entrar em casa sem fazer acrobacias (de saia) pra trepar – com o perdão da ambiguidade – nas grades e de lá pro muro e de lá pro chão. Com um saltinho esvoaçante.
Complô.
A meia-calça rasga.
A cachorrada resolve ser simpática.
O tempo se desfia em brisas repentinas.
E rio e rio sonoramente
Pra não encabular e envermelhecer
enquanto as nuvens se abrem e o sol espia
(como o vizinho entre cortinas)
Complô do universo

Pra botar sorrisos faceiros nos rostos dos rapazes.

Um comentário:

  1. Fazia muito tempo que eu não entrava no teu blog. Aí decido visitar hoje e me deparo com essa postagem de ontem. Ponto para o Sheldrake.

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