O
universo tem um complô contra mim. Não posso usar saias.
É
a história dos dias quentes e suadouros que terminam em ventania. Eu
tentando carregar as sacolas da padaria, a carteira, o café
(balouçante no copo de isopor) e ainda segurar a saia. De que jeito?
Só se for me escorando nos muros e nas casas da rua.
Ou
dias em que falta luz, e o portão eletrônico emperra, e não se
pode entrar em casa sem fazer acrobacias (de saia) pra trepar – com
o perdão da ambiguidade – nas grades e de lá pro muro e de lá
pro chão. Com um saltinho esvoaçante.
Complô.
A
meia-calça rasga.
A
cachorrada resolve ser simpática.
O
tempo se desfia em brisas repentinas.
E
rio e rio sonoramente
Pra
não encabular e envermelhecer
enquanto
as nuvens se abrem e o sol espia
(como
o vizinho entre cortinas)
Complô
do universo
Pra
botar sorrisos faceiros nos rostos dos rapazes.
Fazia muito tempo que eu não entrava no teu blog. Aí decido visitar hoje e me deparo com essa postagem de ontem. Ponto para o Sheldrake.
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