sábado, 2 de julho de 2011

Desculpem-me



Este é mais um poema triste.
Só na solidão mais absoluta
[que sinto na tristeza]
É que consigo escrever.
Só escrevo sobre decepção,
desculpem-me.
Só escrevo sobre chuva e frio.
E vazio.
A vida é suave assim, mesmo triste.
Sinto-me dona do que sinto.
Eu sei. Ao menos suponho.
Estamos como que na estaca zero.
Sei que é bonito ser alegre.
E não sei se precisaríamos ou deveríamos começar tudo de novo.
Perdão, mas palavras alegres não se formam nos meus lábios.
Não agora.
Não quando escrevo.
Se se formassem, eu perderia a alegria.
Estou confusa.
E sei que repetitiva, e chata, desculpem-me.
Desculpem-me.
Mas estou triste.
E não é culpa da chuva.
Nem do frio.
Nem do vazio, talvez.
Talvez a tristeza goste de mim.
E por vezes aprecio sua companhia.

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